Como já mencionei antes, muitos comentários interessantes são postados aqui no blog, os quais nem sempre chegam ao conhecimento de todos os leitores, por aparecerem nas páginas dos posts a que se referem, muitas vezes publicados há algum tempo. Estou portanto reproduzindo alguns desses comentários em novos posts, para que essa troca de experiências se torne ainda mais enriquecedora para todos os seguidores de ‘Filhos bilíngues’.
Hoje continuo esse exercício reproduzindo aqui alguns dos comentários feitos aos posts ‘Criando filhos bilingues’, ‘Quando um dos pais não fala português’ e ‘A Torre de Babel é aqui’, publicados em outubro e novembro de 2010.

Ana Tereza Merger comentou em 13 de dezembro de 2010:
Sou brasileira e o meu marido é francês. Desde o começo do casamento deixamos bem claro para amigos e principalmente parentes que eu falaria em português com as crianças sempre, em qualquer ocasião, onde quer que fosse. Nicolas concordou e deu força. Hoje, Chloé entende tudo nas duas línguas, mas me responde na maioria das vezes em francês. Quando os meus pais estão por aqui ela não tem nenhuma dificuldade de se comunicar nas duas línguas. Estou fazendo o mesmo com o nosso segundo filho. A herança de poder falar fluentemente duas línguas é uma riqueza da qual não quis abrir mão para os meus filhos, mesmo que não seja tão evidente quanto possa parecer. Um grande abraço.
Claudia Storvik comentou em 13 de dezembro de 2010:
Olá Ana Tereza. Conheço muitas crianças que, como sua filha, respondem na língua do país de residência quando falamos com elas em português, mas os pais devem perseverar, exatamente como você está fazendo. Espero que o blog lhe dê algumas idéias úteis. Ensinar português ao segundo (e ao terceiro, quarto) filho é bem mais complicado que ao primeiro, por razões óbvias. É importante estar consciente disso e fazer um esforço extra. Um abraço, Claudia
[Nota: Os seguintes posts tratam de bilinguismo passivo e ordem de nascimento e multilinguismo: 'Bilinguismo passivo – Quando a criança se recusa a falar português' e 'O segundo filho tem menos chance de se tornar bilíngue?']
[Nota: Os seguintes posts tratam de bilinguismo passivo e ordem de nascimento e multilinguismo: 'Bilinguismo passivo – Quando a criança se recusa a falar português' e 'O segundo filho tem menos chance de se tornar bilíngue?']
Fernanda comentou em 20 de janeiro de 2011:
Olá Claudia, te achei hoje na internet...são três horas da manhã e perdi o sono pensando: o que estou fazendo de errado??? Tenho dois filhos, um de 2 anos 9 meses e um de quatro meses e meio. Moro na Irlanda e sou casada com um irlandês. Em casa falamos só inglês porque meu marido não é fluente em português. Desde que meu primeiro filho nasceu eu me comunico com ele em português. Leio histórias para ele em português, coloco músicas brasileiras, enfim, minha comunicação com ele é totalmente na minha língua nativa, até porque não me sinto confortável falando inglês com ele. Pensei que ele fosse falar o português fluentemente comigo, já que fico com ele o dia todo e só me comunico com ele em português. Mas ele me surpreendeu ... ele fala o tempo todo inglês, inclusive comigo ... e eu me sinto um pouco triste ... é como se eu estivesse falhando ... não sei explicar esse sentimento. Como sei que ainda dá tempo de fazer alguma coisa - afinal, ele ainda não tem três anos - gostaria de saber se podia me aconselhar, e até indicar leituras para eu me sentir mais confiante. Quero, realmente, que ele fale minha língua e seja capaz de se expressar perfeitamente nas duas línguas. Muito obrigada. Abraços, Fernanda
Claudia Storvik comentou em 28 de janeiro de 2011:
Olá, Fernanda. Nào se preocupe, você ainda tem tempo. Assumo que seu marido apoie a educação bilíngue de seus filhos. Você diz que fala português com eles todo o tempo, e isso é exatamente o que você tem que fazer; mas o mais velho obviamente já entendeu que não ‘precisa’ falar português com você. Sugiro que leia com atenção o post ‘Crianças bilíngues e o valor das línguas’ - seu filho parece precisar de motivação para falar português. Você não menciona isso, mas imagino que ele entenda português perfeitamente. Isso significa que ele já é bilíngue, mas é um bilíngue passivo, ou seja, apenas entende e não fala uma das línguas. É muito importante que você continue falando português com seus filhos, mesmo que o mais velho responda em inglês. E tente criar situações em que ele precise falar português. A estratégia que tenho certeza lhe ajudaria neste momento seria passar uma temporada no Brasil (não me leve a mal, mas ir sem o marido seria melhor ainda, pois as crianças iriam ter contato apenas com português durante toda a estadia) – e quanto mais tempo você puder ficar lá melhor. Como o problema do seu filho é falar, ele precisa de interação humana, e principalmente de situações em que haja necessidade de falar português. O post em questão sugere outras estratégias que você pode tentar caso não seja possível passar uma temporada no Brasil. Boa sorte! Claudia
Eros comentou em 28 de janeiro de 2011:
Olá Claudia, somos brasileiros e moramos no Brasil. Sou pai de uma tampinha linda de 2 anos, e gostaria de começar a conversar somente em inglês com ela. Porém, no início desse post você fez referência a especialistas que não aconselham isso. Você poderia me dar mais detalhes sobre esta informação? Obrigado, Eros
Claudia Storvik comentou em 28 de janeiro de 2011 :
Olá, Eros. Posso sim. O que o post diz é que alguns especialistas acham que tal conduta pode afetar de forma negativa o relacionamento futuro com a criança. Essa sugestão é feita dentro do contexto de famílias morando fora de seu país de origem. O abandono da língua materna pelos pais é desencorajado por questões de identidade da criança e preservação das relações familiares, bem como outros aspectos que também não se aplicam ao seu caso. Muitas famílias fazem o que vocês estão planejando fazer. A tarefa não é nada fácil, mas se você for realista e perseverar, não vejo por que não possa dar certo. O artigo neste link provavelmente vai ser útil para você. Um abraço, Claudia
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