Pelos comentários recebidos de vários leitores do blog, bem como outros feitos pessoalmente e por email, notei uma certa ansiedade de alguns pais com relação à alfabetização de seus filhos em português, e decidi escrever sobre a nossa experiência. Apesar do desenvolvimento da língua falada ser um pré-requisito do processo, alguns dos pontos em questão devem ser considerados pelos pais desde muito cedo, portanto o assunto pode ser de interesse também para pais de crianças que ainda estão desenvolvendo a linguagem oral.
Não sou especialista em alfabetização nem tenho pretensão de dar orientação nesta área, mas vou tentar explicar o que aprendemos com nossa experiência prática e discutir algumas constatações de pesquisadores. As idéias vão ser expostas em três posts, que são complementares e devem ser lidos em conjunto.
Não sou especialista em alfabetização nem tenho pretensão de dar orientação nesta área, mas vou tentar explicar o que aprendemos com nossa experiência prática e discutir algumas constatações de pesquisadores. As idéias vão ser expostas em três posts, que são complementares e devem ser lidos em conjunto.
Uma coisa que provavelmente posso dizer com certeza é que crianças se beneficiam se forem estimuladas e introduzidas no mundo das letras desde bebezinho, independentemente do idioma ou idiomas em que se dá este estímulo. Como já mecionei num artigo anterior, pesquisas demonstram que um ambiente linguisticamente rico em casa facilita muito a alfabetização da criança, mesmo que esta ocorra em outra língua. Ou seja, se os livros, jogos, etc., aos quais você expõe seu filho em casa são em português, e seu filho começa a ser alfabetizado na escola em inglês, a experiência linguística doméstica em português vai ser um fator positivo para a alfabetização em inglês.
Alguns estudos recentes mostram que, desde uma idade precoce, o multilinguismo pode também ajudar as crianças a adquirir mais rapidamente o domínio da leitura e da escrita, ou seja, conhecer uma segunda língua ajuda a criança a compreender mais depressa a escrita.
Especialistas também confirmam a existência de transferência de conhecimentos entre as línguas no que diz respeito ao processo de alfabetização, aos sistemas sonoros (fonologia) e a habilidades de comunicação. Na prática o que nós observamos foi exatamente a transferência para o português dos conhecimentos adquiridos no processo de alfabetização em inglês, fazendo com que o aprendizado do português escrito se desse de uma forma mais ou menos espontânea.
Para pais pensando em alfabetizar filhos bilíngues, o primeiro ponto importante destacado por especialistas é que a alfabetização em uma língua específica só deve ser iniciada quando a criança for totalmente fluente no idioma em questão. Segundo a psiquiatra Vera Zimmermann, da Universidade Federal de São Paulo, o domínio do idioma falado é fundamental para a alfabetização. Se a criança não falar fluentemente o idioma no qual se quer alfabetizá-la, poderá apresentar insegurança e maior dificuldade em assimilar a língua. Nesta situação o melhor provavelmente é priorizar o ensino da língua falada.
Curiosamente, alguns especialistas também afirmam que o conhecimento e a habilidade da criança bilíngue de se adequar às culturas relacionadas às linguas faladas por ela interferem consideravelmente no processo de alfabetização. A meu ver o fator identidade cultural pode ser importante sim, especialmente em relação à motivação da criança.
Apesar da sua fluência em português e inglês e do fato de ela ser uma bilíngue bicultural, decidimos não alfabetizar nossa filha simultaneamente em português e inglês. A maioria dos especialistas é contra a alfabetização simultânea em duas línguas. Segundo eles, distúrbios de grafia são comuns em crianças que passaram por alfabetizações simultâneas. "Não precisa ter pressa. O ideal é introduzir o [segundo] idioma escrito de forma gradativa, depois da alfabetização [no primeiro idioma]. Ao misturar tudo, podem surgir problemas como dislexia e dificuldades ortográficas", afirma a psicopedagoga Nívea Maria de Carvalho Fabricio, em entrevista a Folhaonline. Concordo plenamente que não é necessário haver pressa em ensinar a criança a ler e escrever numa segunda língua. A meu ver o importante é que na infância ela ganhe fluência oral nos vários idiomas, aproveitando a facilidade natural que tem nessa fase.
Após ter sido alfabetizada em inglês nossa filha teve muito contato com o português escrito, sempre de forma lúdica, ou seja, através de atividades descontraídas e desobrigadas de intencionalidade, livres de pressões e avaliações. Achávamos que esse contato era o suficiente para aquela fase do seu desenvolvimento. O ensino formal poderia ser introduzido mais tarde, se necessário, pois muitos especialistas dizem que crianças mais velhas, adolescentes e adultos possuem habilidades cognitivas mais avançadas e transferem mais facilmente seus conhecimentos prévios para aprendizagem da escrita em uma segunda língua. Mas o que ocorreu na prática foi que, após estar alfabetizada em inglês e tendo apenas esse contato lúdico com o português escrito, a pequena começou a fazer progresso também na leitura e escita em português.
Segundo nossa filha, esse progresso ocorreu, mesmo sem treinamento formal, “porque português é uma língua fácil”. Realmente, talvez não seja tão fácil aprender a falar português, mas ler e escrever em português pode ser bem mais fácil que em inglês por exemplo, pois a ortografia do português é predominantemente fonética, ou seja, as letras ou grupos de letras têm quase sempre o mesmo som. No inglês as regras são bem mais complicadas porque a ortografia é etimológica, ou seja, a um mesmo som podem corresponder diversas letras e a cada letra ou grupo de letras diversos sons, dependendo da história, da gramática e dos usos tradicionais. Um grupo de letras (por exemplo ‘ough’) pode ter mais de quatro sons diferentes, dependendo da palavra onde está inserido. Em português as coisas são mais fáceis e uma criança pode entender as regras gerais do sistema instintivamente.
O processo a meu ver é semelhante ao do aprendizado da fala. Quantas vezes seu filho disse ‘fazido’ ou ‘mais bom’ quando estava aprendendo a falar? Ele estava simplesmente usando as ‘regras’ que tinha instintivamente entendido que se aplicavam à língua (de acordo com o especialista Noam Chomsky, quem domina uma língua internalizou um conjunto de regras que especifica as sequências permitidas naquela língua). As exceções são aprendidas com o uso continuado do idioma. Uma vez que a criança é alfabetizada numa língua que usa o alfabeto latino, e especialmente se é alfabetizada pelo sistema fônico (do qual falarei no próximo post), a meu ver ela tem as ferramentas necessárias para decifrar o código do português escrito da mesma forma que fez com o falado. Tudo o que ela precisa a partir daí é motivação, estímulo e contato suficiente com o português escrito para, com a prática, aprender as exceções.
Copyright © Claudia Storvik, 2010. All rights reserved.
23 comentários:
Oi Claudia, tudo bem? cheguei no seu blog por cause de uma amiga, que também e seguidora ama o seus posts! Eu nao acredito que eu nao tinha achado o seu blog mais sedo! E incrível! Ameeei! Você explica os coisas tao bem! Gostei muitíssimo! x Gi
Oi Giovana. Obrigada pelos comentarios. Fico feliz que tenha gostado do blog e se tornado seguidora, e espero que volte sempre. Um abraco, Claudia
Boa noite Cladia!
Preciso de uma orientacao/ajuda...
Sou Brasileira e meu marido americano, meus filhos tem 4 e 2 anos. Meu marido quer que eles sejam alfabetizados em Ingles...
Estou muito insegura, por que meu menino mais velho de 4 anos, falou muito tarde(com 3 e meio) so agora que ele esta conseguindo se sentir seguro com o portugues, esta finalmente sendo capaz de se expressar..Fizemos 2 anos de fono, e agora estou colhendo os resultados.
Sera que agora, mudar ele de escola e alfabetizar em ingles, nao fara com que ele se sinta inseguro? Sera que vamos regredir? Ou ele sera capaz de se adaptar?
No momento moramos no Brasil, mas daqui a 3 anos devido ao trabalho do meu marido podemos ser transferidos a EUA ou ate mesmo Europa.
Obrigada !
Ola. Conforme mencionado no post, especialistas afirmam que o domínio do idioma falado é fundamental para a alfabetização. Voce nao menciona na sua mensagem se seu filho é fluente em ingles, apenas que ele domina o portugues. Segundo esses especialistas a alfabetização em uma língua específica só deve ser iniciada quando a criança for totalmente fluente no idioma em questão, caso contrario a criança poderá apresentar insegurança e maior dificuldade em assimilar a língua. Portanto, a resposta para a sua pergunta é: se seu filho for fluente em ingles nao tera problema em ser alfabetizado em ingles, mas se nao for o melhor provavelmente sera alfabetiza-lo em portugues. Ja as questoes da mudanca de escola e adaptacao talvez devam ser discutidas com psicologos e professores da escola onde seu filho esta agora e da escola para onde pretendem transferi-lo. Boa sorte. Um abraco, Claudia
Oi Cláudia,
Minha filha tem 6 anos e já lê e escreve em português, as vezes ainda comete alguns erros na escrita. Estamos pensando em morar nos EUA no próximo ano, e estou preocupada o quanto isso pode prejudicá-la. Gostaria que você me desse sua opinião.
Grata,
Luciana
Ola Luciana. A nao ser que voce coloque sua filha numa escola bilingue ingles/portugues (sei que existe pelo menos uma em Miami), voce vai ter que trabalhar com a escrita e a leitura em portugues em casa. As dicas nos meus tres posts sobre alfabetizacao podem lhe ajudar. Se sua filha perder totalmente o contato com o portugues escrito pode esquecer o que ja aprendeu. Boa sorte. Um abraco, Claudia
Cláudia,
Adorei seu blog! Era neuropsicóloga no Brasil e atendi alguns casos de crianças brasileiras que foram alfabetizadas nos EUA e estavam voltando para o Brasil. Agora que mudei para os EUA, os pais brasileiros me procuram para tirar dúvidas. Eu adoro o tema e adorei encontrar seu blog. Vou repassar para os pais brasileiros daqui.
Só teria uma coisinha para acrescentar nessa post, Nívea Maria de Carvalho Fabricio afirmou que a alfabetizaçào concomitante de duas línguas poderia desenvolver a dislexia, porém essa afirmação é incorreta. Apesar de não haver consenso sobre as causas da dislexia, os últimos estudos têm apontado para uma causa genética. Sendo assim, a alfabetização em duas línguas jamais seria capaz de desenvolver a dislexia.
Oi Cláudia! Ótimas as suas matérias!
Tenho um caso bem peculiar aqui em Londres, que queria uma orientação: tenho uma conhecida (ex-flatmate), de 50 anos, que nunca foi alfabetizada regularmente no Brasil, e veio para Londres faz mais de 10 anos. Ou seja, ela não lê nem escreve direito, e meio que "se vira" no inglês para poder viver. Finalmente convencemos ela a aprender a ler oficialmente e tal... então estamos à procura de algum curso em Londres que ela possa fazer.. só que só achamos alfabetização EM INGLÊS até agora. Me parece um tanto mais difícil para ela aprender a ler em inglês primeiro, já que ela não tem muito conhecimento de vocabulário e tal (imagino que seja tudo por associação ou repetição de ver os outros falando...). Queria saber se vc tem alguma dica para este caso. Será que algum destes professores que oferecem aulas de português para crianças em Londres seria capaz de ajudá-la também? Ou é outro método totalmente diferente? Se você puder me dar uma luz, agradeceria um monte... Meu email radsrads@gmail.com . Brigadão, Abraço. RODRIGO
Ola!!
Achei seu blog fazendo uma pesquisa no Google.
Bom, nos moramos nos EUA a 5 anos e minha filha nasceu aqui e hoje ela esta com 2 anos e meio e fala muito pouco o Portugues.
Colocamos ela na escolinha este ano e ela entao comecou a falar mais o Ingles.
Ela ainda nao esta formando frases. Isto e normal???
Mas ela entende muito bem as duas linguas.
Como sera que devo lidar com a fala da minha filha??
Eu e meu marido somos Brasileiros.
So que TV, DVD,LIVROS ... sao em ingles. O portugues e so em casa conversando com ela, mas ela tem respondido em ingles ao inves do portugues.
SERA que vc poderia me ajudar?
Grata,
Carina
Ola, Carina. Sugiro que leia os seguintes posts: http://filhos-bilingues.blogspot.co.uk/2010/11/criancas-bilingues-e-o-valor-das.html e http://filhos-bilingues.blogspot.co.uk/2011/01/bilinguismo-passivo-quando-crianca-se.html. Um abraco e boa sorte. Claudia
ola claudia,meu filho tem 20 meses e moramos no canada pois meu marido e daqui,estou preocupada pq meu filho c quase 2 anos nao fala uma palavra sequer nem em portugues nem em ingles,o pediatra nos disse q pode ser por causa do uso das 2 linguagens com ele estou na duvida se estamos fazendo a coisa certa .pois eu sou falo c ele em portugues e meu marido somente ingles mas por enquanto ele n arriscou nenhuma palavra em nenhuma das linguas,deveriamos falar com ele so em ingles e quando ele comecasse a falar ai entao intoduzir o portugues? obrigada
Ola, Carla. Sugiro que leia os posts "Bilinguismo e atraso no desenvolvimento da fala" (http://filhos-bilingues.blogspot.co.uk/2011/01/bilinguismo-e-atraso-no-desenvolvimento.html), "Devemos usar apenas uma língua com crianças que apresentam atraso no desenvolvimento da fala?" (http://filhos-bilingues.blogspot.co.uk/2011/08/devemos-usar-apenas-uma-lingua-com.html) e "Atraso no desenvolvimento da linguagem oral e bilinguismo" (http://filhos-bilingues.blogspot.co.uk/2012/02/atraso-no-desenvolvimento-da-fala-nas.html). Um abraco, Claudia
Muito bom !
Sou brasileiro, minh aesposa e slovaka e moramo sem londres ,nossa filha tem 4 anos e consegue assimilar bem as 3 linguas principalmente pa sempre viajamos para os 2 paises sempr eque ela volta de ferias adquire mais fluencia nas lingua e o ingle scomo ja estuda e mor aaqui aprende sem problemas.Mas e muito importante os pais ensinarem sua lingua para os filhos!
Oi claudia. Ja conheco seu blog ha algum tempo e gosto muito.Meu filho tem 3 anos e meio e moramos aki em uk. Estou um pouc preoculpada pq ele ainda nao domina nenhum idioma ainda, na verdade ele com essa idade nao sabe falar sentencas completas, apenas palavras. Hora em ingles, hora em portugues.Minha duvida e`: Qdo vou ensinar ele o para casa do nursery qual lingua devo usar? Estou fazendo o para casa 2 vezes:1 em portugues and 1 em ingles, mas nao sei se e o correto. Porfavor me ajude.
Oi Cláudia; Que alegria encontrar seu blog... muito bom mesmo!
Meu marido e eu somos brasileiros e moramos no brasil. Após conversar com uma professora de inglês ela orientou-me a conversar com nosso futuro filho em português e inglês até que ele complete 1 ano de idade.
Esta orientação está correta?
Meu marido falaria em português apenas e eu em inglês apenas?
Meu inglês precisaria ser muito fluente e sem sotaque?
Até que idade eu conversaria apenas em inglês com nosso filho (considerando que meu marido falaria apenas em português)?
Desde já agradeço e aguardo seu retorno!
Abraços!
Ola Rose, sugiro que lei o artigo neste link: http://www.multilingualliving.com/2010/04/23/non-native-speakers-can-raise-multilingual-children/ Um abraco, Claudia
Muito, muito bom Cláudia!
Obrigada pela referencia.
Abraços!
Rose
Bom dia Cláudia,
Parabéns pelo blog e por compartilhar essas informações valiosas para pais de filhos bilíngues.
Gostaria de esclarecer uma dúvida: sou brasileira, moro na Irlanda, meu filho de 14 meses é irlandês e o pai também. Eu falo português com ele desde que nasceu e o pai fala inglês. Vou retornar ao trabalho e o Marcus vai para a creche onde a língua falada o dia todo será inglês. No momento a língua a que o Marcus é mais exposto é o português porque o pai trabalha o dia todo. Minha preocupação é que com a reduçăo da interação em língua portuguesa( ele ficará 9h por dia na creche) prejudique seu aprendizado. Você já se deparou com essa situação? Preciso de dicas para manter o português 'vivo'. Obrigada. Kátia
Ola Katia. Minha filha so foi para a escola aos 3 anos, portanto nao deparei com essa situacao. Boa sorte. Claudia
ola eu moro na Europa e minha filha, aprendeu a ler e escrever em portugues (o basico - cursou apenas parte da 1 serie Janeiro a Setembro/10) chegando aqui em Setembro10 iniciou na 1 serie e hj esta na 4 serie ela fala ingles perfeitamente tem 10 anos, escreve bem tem otimas notas e tambem nao tem problemas no portugues (fala bem escreve ate razoavel) mas minha duvida seria no retorno ao Brasil. Pretendo que ela curse o 5 e talvez o 6 ano aqui na Europa, mas como se daria essa transferencia qual seria o periodo e a forma ideal de conduzir essa mudanca. Ela nao sabe regras de acentuacao uso de (ss, rr) enfim, ela tera muita dificuldade, uma escola tradicional daria conta dessa tranferencia ou ela precisaria de aulas particulares ?
Oi Claudia. Meus filhos passaram pela mesma situacao que voce descreve. O meu filho mais velho, devido a estar exposto aos dois idiomas diariamente, o ingles por parte do pai e todos os mais, pois viviamos nos Estados Unidos, e o portugues por minha parte e quando estavamos no Brasil, tambem demorou muito a falar, mas quando o fez, falava bem e usava o idioma correto dependendo com quem falava. Meus dois filhos foram albabetizados em ingle, quando moravamos no Oriente Medio, veja voce. Mas assim que eles ja sabiam ler em ingles, eu comecei a alfabetiza-los sozinha em portugues. Nao foi facil, eu nunca me dirigia a eles en ingles, so usava o portugues, entao a linguagem oral em portugues era excelente. Eu lia muitos livrinhos, contava historias, cantava e falava muito. Hoje em dia, um dele eh formado tambem em espanhol e os dois dominam de maneira excelente o portugues falado e escrito. Nao vacile, seja consistente, informe-se e use oralmente, somente o portugues. O ingles, vivendo nos Estados Unidos ou Europa, eles aprenderao. Boa sorte.
Oi boa tarde Cláudia meu filho é alfabetizado na língua espanhola ele tem 8 anos e agora nesse ano eu estou trazendo ele para o Brasil. Qual é a melhor maneira de introduzir ele na língua portuguesa
Oi acho bacana a sua iniciativa, eu tamabem tenho um filho de 6 anos e moro na Noruega, ele ja fala portugues e quero alfabetiza-lo. valeu as dicas. tb tenho um blog onde conto as minhas experiencias, adoraria sua visitinha. bjs
http://www.descobrindoletrinhas.com/
Postar um comentário