No post “Alfabetização de crianças bilíngues em português, parte 3 - Motivação e estímulo“ faço a seguinte recomendação:
“Desde muito cedo eu lia estórias para [minha filha] em voz
alta, mostrando o texto que estava lendo, e apontando para cada palavra
lida – a criança tem que entender desde pequena que a escrita representa a
fala. Isso também vai ajudar a criança a compreender melhor a estrutura da
linguagem, por exemplo que existem espaços entre as palavras e que a escrita
vai da esquerda para a direita. A meu ver esta técnica dá excelentes
resultados. Eu recomendo!”
Pois minha recomendação foi comprovada cientificamente!
Um artigo muito interessante publicado no blog MindShift relata que estudos recentes demonstram que é o "conhecimento da palavra
impressa", e não apenas a experiência geral com os livros, que avança a
capacidade de crianças para a leitura. "O conhecimento da palavra impressa"
é a consciência da mecânica do processo de leitura, como o fato de que o português
(ou inglês) é lido da esquerda para a direita e que as palavras escritas são um
mapa das palavras faladas.
Adultos geralmente assumem que as crianças têm esse
entendimento, mas uma pesquisa recente feita nos EUA demonstrou que crianças se beneficiam quando
esses aspectos da palavra impressa são apontados explicitamente. Na edição de
maio-junho da revista Child Development, os autores do estudo relatam que quando professores
pré-escolares atraíram a atenção dos alunos para elementos da mecânica do
processo de leitura ao ler para eles, as habilidades das crianças em leitura,
escrita e compreensão melhoraram muito. Esses resultados positivos foram de longa
duração, ainda sendo aparentes dois anos mais tarde.
Quando um adulto lê para uma criança, o desenvolvimento
dessa consciência da mecânica do processo de leitura pode ser incentivado por
meios não-verbais, como por exemplo apontando para letras ou palavras na
página, ou por instruções e explicações verbais (dizer por exemplo, “Este é o nome da autora,
que escreveu todas as palavras nesta página”).
O artigo do MindShift pode ser acessado na íntegra aqui.
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