sábado, 28 de janeiro de 2012

Pesquisa sobre bilinguismo

Ana Paula Passos Jakubów, formada em Letras Inglês/Literaturas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e mestranda em Linguística na área de Aquisição de Linguagem (Bilinguismo) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, está fazendo uma pesquisa sobre bilinguismo e busca para participar de sua pesquisa três crianças bilíngues com até 4 anos de idade que tenham um dos pais falante nativo de português brasileiro e outro falante nativo de inglês. No texto abaixo, Ana Paula fala sobre o seu projeto. Você gostaria de participar? Então entre em contato com ela pelo email anapassos88@hotmail.com.

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A globalização permite maior circulação de informações e pessoas pelo mundo. Através desse trânsito para diferentes áreas geográficas, pessoas de diferentes nacionalidades podem se conhecer e manter relacionamentos. Dessa forma, o nascimento de crianças que se tornam bilíngues – e até mesmo multilíngues – tem sido cada vez mais comum.

Desde o início do século XX, a aquisição bilíngue vem despertando o interesse de estudiosos. Um dos primeiros trabalhos é o do linguista francês Ronjat (RONJAT, J. Le développement du langage observe chez un enfant bilingue. Paris: Champion, 1913) que observou seu filho adquirindo duas línguas simultaneamente e constatou progresso na aquisição das suas línguas com poucos indícios de confusão entre as mesmas. Ao observar, também, sua própria filha adquirindo duas línguas simultaneamente, Leopold (LEOPOLD, W. Speech development of a bilingual child. A linguist’s record. New York: AMS Press, 1970. Original work published 1939 – 1949) constatou que a criança passou por uma fase de “confusão”, portanto a criança estava encarando o processo de aquisição de duas línguas como um processo único.
        
Levando em consideração as idéias acima e outras hipóteses mais recentes sobre aquisição bilíngue, conduzo uma pesquisa no meu curso de mestrado que pretende responder, em termos gerais, às seguintes questões:
  • Definir em que momento dois sistemas linguísticos são tomados como distintos na aquisição bilíngue;
  • Verificar a predominância de uma língua sobre a outra, com base no montante de input linguístico, a partir de estudos de caso específicos.
Sou esposa de polonês e meus filhos, provavelmente, serão multilíngues! Além de ser uma questão pessoal, resolvi levar para o lado científico e transformar esse assunto em objeto teórico de estudo para tentar compreender melhor esse processo de aquisição de duas ou mais línguas simultaneamente. A pesquisa com linguagem, entretanto, não pode ser conduzida exclusivamente no ambiente universitário. É necessário estar em contato direto com crianças que vivenciam esse processo, poder ter acesso ao seu comportamento linguístico cotidiano para que possamos acompanhar o desenvolvimento linguístico das crianças. Como futura mãe de crianças multilíngues e pesquisadora em aquisição de linguagem, gostaria de saber se alguém poderia contribuir para essa pesquisa com gravações de falas de seus filhos - que NUNCA terão os nomes divulgados por questões éticas do meio científico - para que possamos enriquecer ainda mais a literatura sobre aquisição de linguagem e educar nossos filhos da maneira mais apropriada - em questões linguísticas, é claro - sem medo de confundí-los. Para desenvolver essa pesquisa, preciso de 3 crianças bilíngues com até 4 anos de idade que tenham um dos pais falante nativo de português brasileiro e outro falante nativo de inglês (pode ser inglês americano, britânico, australiano, canadense, etc). O próposito é perceber quando e como se dá esse processo de "confusão" que assusta tantos pais na hora de oferecer uma educação bilíngue aos filhos. Assim, precisarei de gravações de falas espontâneas dessas crianças em situações naturais de interação com família e amigos. As gravações seriam de 30 minutos, uma vez por semana. Interessados em participar da pesquisa, por favor, entrem em contato através do e-mail anapassos88@hotmail.com.



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sábado, 21 de janeiro de 2012

Onde comprar livros em português em Londres

No último sábado passei a tarde na livraria Foyles, em Charing Cross Road aqui em Londres. A Foyels entrou no Guiness Book of Records como a maior livraria do mundo em termos de espaço de prateleiras (50 km) e número de títulos disponíveis (mais de 200.000).



Recentemente a Foyles comprou a livraria Grant & Cutler e incorporou-a à sua loja de Charing Cross Road. Grant & Cutler foi estabelecida em 1936 e hoje é a maior vendedora de livros em língua estrangeira do Reino Unido.

Junto com o departamento de línguas estrangeiras que já existia na Foyles, ‘Grant & Cutler at Foyles’ agora oferece um centro de excelência para línguas, com mais de 25,000 títulos disponíveis em 150 idiomas diferentes, cobrindo praticamente todas as línguas vivas - e algumas mortas. A melhor seleção de material para ensino de inglês como língua estrangeira do Reino Unido também se encontra aí.  

O novo departamento está localizado no primeiro andar da loja de Charing Cross Road. A fusão dos dois departamentos só será finalizada no dia 25 de março, mas já se pode ter uma idéia da grandeza do resultado. No dia que visitei havia até uma cliente chorando de emoção pelo número de livros disponíveis!

Não cheguei a chorar, mas fiquei empolgadíssima com a variedade de material em língua portuguesa: cursos de português para crianças e adultos, literatura infantojuvenil, literatura brasileira clássica e contemporânea, filmes, guias de viagem e até jogos, como ‘Scrabble’.

O estoque da Grant & Cutler também está disponível numa loja virtual. O catálogo do material em português pode ser acessado em formato pdf aqui e interativo aqui

Para quem mora no Reino Unido recomendo muito uma visita à Foyles de Charing Cross Road e especialmente ao novo departamento de línguas estrangeiras no primeiro andar. Quem não mora por aqui pode buscar os livros através da loja virtual.

Boa leitura!

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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Mudanças de país e a identidade das crianças

No post ‘Third culture kids (crianças de terceira cultura) trato de crianças que, por viverem em um país de cultura diferente da que compartilham com seus pais, se tornam parte de uma ‘terceira cultura’, que é mais que simplesmente uma mistura das várias culturas a que estão expostas. 



Segundo alguns estudiosos, o desenvolvimento num ambiente ‘cross-cultural’ faz com que a criança incorpore as várias culturas profundamente no seu processo de raciocínio, o que a torna uma verdadeira pensadora multicultural. Essa lógica multicultural naturalmente influencia a maneira como a criança se relaciona com o mundo à sua volta e a torna diferente dos membros das várias culturas a que está exposta, mesmo as mais assimiladas por ela.

Conforme menciono no post, esse jet lag cultural pode gerar problemas de identidade. As dificuldades encontradas por algumas dessas crianças podem afetar sua saúde física e emocional, à medida que elas tentam determinar sua identidade cultural e seu lugar no mundo.


A especialista americana Ruth E. Van Reken, coautora do livro Third Culture Kids: The Experience of Growing Up Among Worlds (Crianças de terceira cultura: a experiência de crescer entre mundos) deu uma entrevista à revista Veja algum tempo atrás, que pode ser de interesse para alguns pais leitores do blog. Nessa entrevista a pesquisadora explica que crianças de terceira cultura podem ter dificuldades em identificar qual cultura, entre as tantas que conhecem, define melhor sua identidade. Elas podem também sentir dificuldade em retornar ao país de origem. 


Outro desafio, segundo a especialista, são os ciclos de separação e perda inerentes ao estilo de vida de uma criança de terceira cultura. “Os relacionamentos dessas crianças são rompidos e, assim, elas perdem seu lugar na comunidade e na cultura que aprenderam a amar.” Ela conclui que crianças de terceira cultura acabam encontrando uma maneira criativa de usar as experiências que vivenciaram, mas que esse pode ser um processo demorado.


A entrevista pode ser lida na íntegra aqui. 


A revista Veja publicou outras duas reportagens sobre crianças de terceira cultura, que podem ser lidas aqui e aqui.


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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Inscrições para 13 mil bolsas de estudo no exterior para brasileiros se encerram dia 15 de janeiro de 2012!

No post ‘Governo brasileiro pode custear bolsas de estudo para 10 mil universitários estudarem na Grã-Bretanhamenciono que o governo brasileiro pretende conceder 75 mil bolsas de estudo no exterior até 2014.



O Programa Ciência sem Fronteiras, lançado no dia 26 de julho de 2011, é um programa do Governo Federal que busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio de alunos de graduação e pós-graduação. O programa prevê a concessão de até 75 mil bolsas de estudo no exterior em quatro anos. Somadas às bolsas oferecidas pela iniciativa privada, o número de vagas para os estudantes brasileiros estudarem fora do país poderá ultrapassar 100 mil.

O primeiro edital do Programa Ciência sem Fronteiras selecionou candidatos para cursos de graduação em universidades norte-americanas. A chamada pública, coordenada pela Capes, recebeu 7 mil inscrições. Um total de 1.500 candidatos foi selecionado e os primeiros 841 embarcam agora em janeiro de 2012.

Editais lançados no final de 2011 abriram inscrições para bolsas para pós-graduação e graduação sanduíche no Reino Unido, França, Itália, Alemanha e Estados Unidos. As inscrições se encerram dia 15 de janeiro de 2012. Os editais podem ser lidos na íntegra aqui. As regras e normas das diversas chamadas em andamento podem ser visualizadas acessando a área de "Chamadas Abertas". Para a apresentação de propostas o candidato deverá acessar a página do formulário de inscrição no qual encontrará os formulários adaptados a cada uma das chamadas. No total 13 mil bolsas de estudo estão sendo oferecidas para os Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália e França.

Em fevereiro de 2012 será lançado novo edital com vagas em instituições de outros países, entre os quais Holanda, Bélgica, Espanha, Portugal, Austrália, Canadá, Suécia, Coréia, China, Índia e Japão.

Veja abaixo vídeo com reportagem sobre o programa. E corre lá fazer a inscrição!!







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