terça-feira, 26 de julho de 2011

Conselho de Cidadania no Reino Unido

Atendendo a pedido do Consulado Geral do Brasil em Londres reproduzo abaixo nota convocatória para divulgação do processo de formação e eleição do Conselho de Cidadania no Reino Unido:



CONVOCATÓRIA

Instituição de um Conselho de Cidadania composto por membros da comunidade brasileira no Reino Unido:  eleições.

a)    Conselho de Cidadania do Reino Unido: o que é?

Entidade voluntária e sem fins lucrativos, eleito e formado por cidadãos brasileiros e representativo dos interesses e reivindicações da diáspora brasileira no Reino Unido.

Uma vez eleito, por voto direto de cidadãos brasileiros residentes no Reino Unido, o Conselho de Cidadania deverá funcionar como porta-voz da comunidade e elo de ligação entre os nacionais residentes neste país e o CRBE. Foro informal e apolítico de convergência das necessidades e interesses da comunidade brasileira no Reino Unido, em sua primeira versão o Conselho será formado, em princípio, por 10 pessoas divididas em 5 áreas de atuação (2 membros por área):

- trabalhadores em geral;
- empresarial;
- comunicação;
- religiosa;
- educação e cultura.

O Conselho de Cidadania será composto e dirigido exclusivamente por membros da comunidade brasileira que não sejam integrantes do quadro de funcionários do Ministério das Relações Exteriores. 

      b)  Interessado em fazer parte do “Conselho de Cidadania”? Veja os requisitos para candidatura:

          - nacionalidade brasileira e idade mínima de 21 anos;
          - residência fixa no Reino Unido há pelo menos dois anos;
          - atuante e conhecedor do seu campo de atuação;
- trânsito livre na comunidade brasileira;
- conhecedor da realidade da comunidade brasileira no Reino Unido;
- disponibilidade de tempo para dedicação e cumprimento de um mandato de dois anos, com possível renovação. Prevê-se a participação dos membros em reuniões mensais (mínimo de 2 horas), troca de correios eletrônicos bem como eventuais atividades comunitárias.

Os candidatos deverão preencher formulário para oficializar sua candidatura. Os formulários podem ser obtidos no website do consulado ou em sua sede:
      Consulate-General of Brazil
                3 Vere Street, London
  W1G 0DG
       London

A data para a apresentação da candidatura através dos formulários será de 01 a 27 de outubro de 2011. Depois de selecionados os candidatos serão confeccionadas as cédulas de votação.

O trabalho é voluntário e não-remunerado.    

c) Eleições : Os eleitores poderão votar, no período entre 03 a 17 de novembro de 2011, pelos seguintes meios:

1) voto direto e individual em urnas e cédulas que estarão à disposição dos eleitores em locais a serem definidos;
2) por via postal: fazer “download” da cédula no website do Consulado-Geral e enviar para o endereço indicado;

 Poderão votar somente nacionais brasileiros maiores de 16 anos, mediante apresentação de documento comprobatório.

O eleitor poderá escolher até 2 candidatos de cada um dos 5 setores acima mencionados, somando 10 indicações.  A indicação de pelo menos 01 (um) candidato é condição mínima para validação do voto. Caso essa exigência não seja cumprida, o voto estará automaticamente anulado.

O processo de eleição/votação correrá por vontade da própria comunidade, de forma a dar maior coerência à iniciativa que visa ao seu fortalecimento e organização.

Está convidado a votar e a apresentar candidatura todo e qualquer cidadão que atenda aos requisitos para candidatura.

d) Importância da participação da Comunidade brasileira: Para que seja representativo dos interesses amplos e diversificados da comunidade, estabeleceu-se que o Conselho de Cidadania somente será empossado caso haja um número mínimo de 500 votos válidos.  A eleição estará cancelada caso não se apresente o número mínimo de 1 candidato por setor.

Aviso importante: o Consulado-Geral do Brasil deseja esclarecer à comunidade brasileira no Reino Unido que seu papel na criação do Conselho de Cidadania se resume à facilitação do processo de eleições. De nenhuma forma, pretende posicionar-se em favor de qualquer corrente ideológica, partidária ou candidatura em particular.

DATAS e PRAZOS:
1)    19 de julho de 2011: reunião aberta ao público;
2)    01 de agosto a 30 de setembro de 2011: divulgação do processo;
3)    01 a 27 de outubro de 2011: apresentação das candidaturas;
4)    03 a 17 de novembro de 2011: eleições.
5)    21 de novembro de 2011: divulgação dos nomes eleitos para o Conselho de Cidadania do Reino Unido
6)    24 de novembro de 2011: posse dos membros do Conselho de Cidadania.”


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segunda-feira, 18 de julho de 2011

United World Colleges – Tornando sonhos realidade



No post Bolsas de estudo para brasileiros em escolas secundárias no exterior falo sobre a organização United World Colleges (Colégios do Mundo Unido), uma rede de escolas internacionais fundada nos anos 60 por educadores europeus que acreditavam na educação como instrumento para facilitar o entendimento entre culturas, e mantidas com doações de beneméritos, instituições, empresas, governos e ex-alunos em todo o mundo. A grande maioria dos alunos recebe bolsas de estudo integrais ou parciais, que cobrem os custos de mensalidades escolares, livros, hospedagem e alimentação ao longo dos dois anos de duração do International Baccalaureate. Candidatos devem estar cursando o 1º ano do ensino médio e ter entre 15 e 18 anos.

O processo seletivo do Comitê de Seleção UWC Brasil para o período 2011-2013 contou com cerca de 300 candidatos e, pela primeira vez, com quatro fases de seleção (prova, carta de apresentação, entrevista e convívio).  Abaixo, a lista de candidatos selecionados e respectivos colégios onde irão estudar:
Amanda Duarte Gomes - Li Po Chun UWC (Hong Kong)
Eloá França Verona - UWC of the Adriatic (Itália)
Kelly Matias dos Santos - Red Cross Nordic UWC (Noruega)
Ludmila Cardoso de Brito - UWC of South East Asia (Cingapura)
Mariana Santos Martins Ferreira - Atlantic College (Reino Unido)
Raísa Martins de Oliveira Gomes - UWC of Costa Rica (Costa Rica)
Ranne Lyra da Silva Oliveira - Mahindra UWC of India (Índia)
Ricardo de Luca e Tuma - Atlantic College (Reino Unido)
Sameah Sheleinu Denarde Villaça - UWC of Costa Rica (Costa Rica)
Silvia Castro Souza Capelanes - UWC of the American West (EUA) 

Os candidatos selecionados estão de parabéns. Os próximos anos serão sem dúvida uns dos mais importantes de suas vidas.  O impacto da experiência de estudar numa escola da UWC está muito bem descrito no depoimento que recebi hoje de Ian Gonfinete, participante do programa em 2006-2008. Ele diz:

“Os meus dois anos no United World College of the Atlantic (País de Gales), de 2006 a 2008, foram sem dúvida o 'divisor de águas' da minha vida. Poder conviver com alunos de mais de 85 países em um castelo medieval no meio do interior do País de Gales me ensinou a ser mais tolerante, me ensinou a respeitar e apreciar as diferenças de opinião, de religião, de política, da própria vida em si. Hoje em dia tenho amigos do mundo todo... da Finlândia à China, do Canadá à Argentina e do Madagascar à Russia! Depois dos meus dois anos no UWC ganhei uma bolsa para uma faculdade em Chicago, onde estou no último ano de Relações Internacionais, embora tenha estudado por um semestre na Espanha e um na Nova Zelândia por conta disso. Quase tudo o que eu sou hoje em dia eu devo ao UWC. Embora eu entenda o receio que pais e alunos possam ter sobre ir estudar em um colégio que você não conhece, em um país/continente diferente, falando inglês ou espanhol ao invés do nosso familiar português, eu digo: não deixe esse medo lhe impedir de correr atrás dos seus sonhos. Entre no site do comitê brasileiro e você provavelmente irá, assim como eu, se apaixonar pelos ideias de paz do movimento UWC e pelo desejo de trabalharmos, juntos, por um mundo melhor e mais justo.

Um abraço, Ian Gonfinete (UWCAC 2006-2008).”


As inscrições para o processo seletivo 2012-2014 serão abertas no início de setembro de 2011. Para se manter informado assine o boletim brasileiro do UWC cadastrando seu email aqui






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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Bullying social

Muitas vezes filhos de imigrantes ou expatriados têm problemas com bullying na escola, pois crianças que são de alguma forma diferentes dos seus pares são os alvos mais frequentes de intimidações.

Infelizmente, quando uma criança bilíngue sofre bullying em razão de suas raízes internacionais, ou por seu sotaque, ou até mesmo pelo simples fato de falar duas línguas, ela pode ser levada a negar suas origens, e consequentemente seu bilinguismo, para tentar ser igual às outras crianças à sua volta, ou seja, ela pode passar a querer ser 100 por cento monocultural e monolíngue, e se recusar a falar a língua minoritária. Os pais têm que estar muito atentos para lidar com estas e outras possíveis consequências desse tipo de agressão. Efeitos psicológicos negativos podem persistir até muitos anos após a ocorrência do bullying.

Mas o que exatamente é bullying?

Até pouco tempo atrás, a palavra bullying estava ligada a imagens de rapazes mal-humorados, fisicamente agressivos, com problemas sociais e baixa autoestima. Embora este tipo de bullying ainda exista, a realidade é bem mais complicada. Muitos bullies têm habilidades sociais bem desenvolvidas, autoestima elevada, e são mestres em manipular os adultos a fim de parecer inocentes. Muitos deles são meninas.

Bullying pode assumir a forma de agressão física, verbal ou emocional. Um tipo de agressão emocional muito comum é o chamado bullying social ou relacional, que se refere a agressão emocional entre as pessoas nas relações sociais. Ele pode ter muitas formas, mas geralmente envolve o uso de um "grupo" como uma arma para ferir alguém, prejudicando seus relacionamentos e sua reputação.

Apesar de poder ocorrer desde a escola primária até a universidade, bullying social é muito comum entre pré-adolescentes, e é extremamente prejudicial nessa fase, porque enfraquece alguns dos mais importantes objetivos e necessidades pessoais dos jovens: a inclusão social, uma auto-imagem positiva e o desenvolvimento de amizades significativas.

Bullying social é hoje  provavelmente o tipo mais comum de assédio psicológico em escolas, e na maioria das vezes passa despercebido e sem intervenção. Ao invés de agressões físicas, bullying social implica numa série de comportamentos, que podem incluir fofocas e boatos, insultos verbais, exclusão social, manipulação de amizades, linguagem corporal negativa e cyber-bullying. Bullying social é praticado muitas vezes por crianças populares, especialmente as meninas, e o agressor geralmente é recompensado com adulação e maior popularidade.

Fofoca e ostracismo social podem vir bem abaixo na lista de prioridades de educadores que tentam impedir bullying; no entanto, pesquisas indicam que, além dos danos psicológicos potencialmente devastadores para as vítimas, o bullying social está intimamente relacionado a uma cultura de agressividade nas escolas, por isso é importante que educadores tomem medidas contra ele. A escola deve ser uma zona livre de assédio. Potenciais provocadores, vítimas e testemunhas devem aprender a ser assertivos - e não agressivos ou passivos - ao lidar com problemas que eles vivenciam diretamente ou testemunham.

A intervenção por parte de educadores não é fácil, porque a escola não tem que trabalhar apenas com o agressor e a vítima, como geralmente ocorre no caso de agressões físicas, mas tem de considerar  todos os possíveis papéis que as outras crianças podem ter na dinâmica do bullying. Todo o grupo precisa ser envolvido em qualquer tentativa de eliminá-lo. A escola deve educar os alunos para que evitem alimentar a energia do agressor assistindo passivamente, rindo ou espalhando boatos. As crianças devem ser incentivadas a apoiar a vítima, sem encorajar retaliação. Se uma criança é vítima de bullying social e está rodeada de pessoas assistindo, ela não sabe o que essas pessoas estão pensando. Elas podem estar gostando ou se sentindo constrangidas, mas se não dizem nada, parece que todas estão contra a vítima.

Outra razão pela qual educadores precisam ter uma abordagem mais holística é que é muito difícil para adultos identificar efetivamente episódios individuais de intimidação social. O educador normalmente terá que se basear em relatos de vítimas, e por uma variedade de razões crianças relutam em definir-se como vítimas.
 
Especialistas recomendam que escolas considerem as seguintes estratégias para lidar com bullying social:

- Educar os professores e funcionários da escola para que saibam o que é bullying social, e discutir formas de combatê-lo.

- Observar os alunos em sala de aula e nos intervalos. Observar sua linguagem corporal quando interagem com seus pares e considerar o seguinte: quem passa mais tempo sozinho ou em um pequeno grupo que parece estar isolado dos outros? Quem é líder de grupinho? Como agem seus seguidores?

- Acreditar na vítima. Jovens socialmente agressivos são muitas vezes hábeis em esconder suas ações, e muitos educadores podem relutar em acreditar que um aluno modelo está envolvido em atos de bullying.

- Dar apoio à vítima e ao agressor, envolvendo os pais e outros profissionais.

- Discutir o bullying social com os alunos, a fim de certificar-se de que eles sabem que espalhar rumores, excluir, ridicularizar os colegas e qualquer forma de assédio moral é inaceitável. É muito importante ter bons canais de comunicação, de modo que os professores possam dar exemplos de tipos de comportamento que sejam preocupantes e fazer as crianças pensarem sobre como suas ações podem magoar os colegas. 

Em um estudo realizado em escolas de Seattle, pesquisadores constataram que o número de episódios de "maledicência" caiu 72 por cento depois que as escolas instituiram um programa que ajuda os professores e os alunos a identificar o bullying social e incentiva testemunhas a ficar do lado das vítimas.

Nao há duvida de que o agente principal na prevenção do bullying é a escola. Se a escola é incapaz de perceber a importância do seu papel, cabe aos pais conscientizá-la da necessidade de se posicionar firmemente contra todas as formas de bullying, inclusive o bullying social, e eliminar a prática através de políticas formais.

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No seu excelente livro “Mentes perigosas nas escolas – Bullying”, a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva fornece informaçôes para identificação do bullying, discute seus efeitos e sugere estratégias para combatê-lo. Na entrevista que aparece no vídeo abaixo a autora fala sobre o tema ao programa Sem Censura.



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