sexta-feira, 4 de março de 2011

Bebês aprendem línguas através de interação humana - e não através de vídeos ou áudios

No adendo ao post TV Globo Internacional: meu zen, meu bem, meu mal menciono que assistir televisão e vídeos não beneficia o desenvolvimento linguístico de crianças que ainda estão aprendendo a falar, e que pesquisadores da Universidade da Califórnia demonstraram recentemente que assistir DVDs não ajuda na aquisição de vocabulário dos bebês.

Numa palestra dada em Seattle em Outubro de 2010 e postada no site Ted.com no mês passado, a pesquisadora Patricia Kuhl apresentou os resultados surpreendentes de estudos que demonstram como bebês aprendem línguas: ouvindo os seres humanos ao seu redor e compilando estatísticas sobre os sons que eles precisam saber. Experimentos de laboratório mostram como bebês de 6 meses de idade usam um raciocínio sofisticado para entender o mundo à sua volta.

Patricia Kuhl é co-diretora do Institute for Brain and Learning Sciences da Universidade de Washington. Ela é reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho de pesquisa relacionada à aprendizagem de línguas na infância, desenvolvimento do cérebro e mecanismos através dos quais se dá o aprendizado infantil em geral. Seu trabalho ajudou a demonstrar como exposição precoce a línguas altera o cérebro, tendo implicações nos períodos críticos de desenvolvimento, na educação bilíngue e alfabetização, no estudo de problemas do desenvolvimento da fala e no desenvolvimento de tecnologias de entendimento da fala por computadores.  

Os estudos deixam claro que bebês desenvolvem linguagem através de interação humana, mas não através de televisão, vídeos ou áudios. Bebês de 6 meses a um ano de idade foram expostos a vídeos e áudios de pessoas ensinando mandarim e também expostos à interação direta com pessoas ensinando a mesma língua. A capacidade dos bebês de reproduzir os sons do mandarim aumentava somente quando eles aprendiam diretamente de seres humanos. Os bebês aprendendo através de vídeo e áudio na verdade regrediam no aprendizado.

Abaixo, o vídeo da apresentação de Patricia Kuhl.

Super interessante.








 

Copyright © Claudia Storvik, 2011. All rights reserved.

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3 comentários:

D. disse...

Claudia, bem abordado. Uma vez ouvi numa palestra algo semelhante, que um rapaz gravaria com mais facilidade o nome de uma palestrante se ela fosse bonita. Isso pq mexeu com as emoçoes dele.

Patricia Amaral disse...

Claudia, Sempre ouvi isso e ficava preocupada. Como n falo inglês fluente,entendo mais do que falo. Desde meses coloco Tv no canal para criança, e Sophia sempre assistia comigo. Pois foi o meio mais fácil q achei para aprender o inglês.Hoje com 19 meses, sabe o nome de seus desenhos favoritos,canta,dança,conta os números,fala palavras e expressões com até 3 palavras. Mais sempre comigo supervisionando,assistindo junto e interagindo com ela em português. Achei que seu desenvolvimento para fala foi bem rápido pois começou a falar certinho mais ou menos apartir dos 10 meses.Sempre achei ela super avançada comparando com outras crianças de onde moro. Para vc ter uma ideia com 5 meses sentava, 6 meses engativanha tudo ligeiro e sentava sem sustentação.Com 9 meses e 1/2 começou a andar. Sempre na frente das outras crianças. Ficava orgulhosa mais ao mesmo tempo assustada.kkkk Com sua experiência como vc ver tudo isso? Obrigada

Claudia Storvik disse...

Ola, Patricia. Cada crianca se desenvolve a seu tempo e alguns pais se preocupam quando parece haver algum atraso, mas com uma filha tao precoce voce deve estar bem tranquila, nao e? Um abraco, Claudia

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