quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Comentários a ‘Pais multilíngues’

Muitos comentários interessantes são postados aqui no blog, os quais nem sempre chegam ao conhecimento de todos os leitores, por serem publicados nas páginas dos posts a que se referem, muitas vezes publicados há algum tempo. Resolvi então reproduzir alguns desses comentários em novos posts, para que essa troca de experiências se torne ainda mais enriquecedora para todos os seguidores de ‘Filhos bilíngues’. 

Hoje dou início a esse exercício reproduzindo aqui alguns dos comentários feitos ao post ‘Pais multilíngues’, publicado em 28 de outubro de 2010, no qual trato da definição do sistema linguístico familiar de casais multilíngues.




Jux comentou em 27 de outubro de 2011:
Puxa! Preciso agradecer imensamente a generosidade em partilhar esse texto tão lúcido! Sou brasileira, moro na Alemanha há 10 meses, meu marido é alemão. Estamos juntos há 4 anos e nosso idioma sempre foi o inglês - tanto ele quanto eu somos fluentes. Diante do fato de morarmos na Alemanha e eu estar fazendo aprendizado da língua alemã, percebemos a dificuldade em nos comunicar em alemão. Esse trecho do texto foi, em especial, um bálsamo para nós: "[...] esse fracasso em mudar o idioma usado entre nós foi um fato positivo para o nosso relacionamento. Segundo ele, eu e meu marido estamos em uma situação de igualdade, pois ambos usamos uma segunda língua para nos comunicarmos um com o outro. Se tivéssemos conseguido mudar para norueguês meu marido estaria em vantagem, porque a comunicação se daria em sua língua materna, enquanto eu estaria usando uma língua da qual não sou falante nativa.[...]” Conversamos sobre seu texto e ele concordou integralmente e disse ainda que sente uma dificuldade enorme, da parte dele mesmo, em conversar em alemão comigo e que eu acabo me esforçando mais do que ele, em manter um diálogo em alemão. Como você bem descreveu: criamos o hábito. Funciona assim, para nós: coisas ultra-básicas até consigo falar em alemão. Mas AMAMOS conversar sobre mil assuntos e a troca para a língua inglesa ocorre porque esse é o nosso idioma, é a linguagem sem barreiras que se identifica plenamente com nosso relacionamento.
Seu blog é maravilhoso! Se eu puder contribuir de alguma forma, conte comigo!

Amanda comentou em 14 de outubro de 2011:
Não tenho filhos, mas esse post foi de uma utilidade incrível pra entender minha relação linguística com meu companheiro francês. Como nos conhecemos na Austrália e passamos um ano lá, só nos comunicávamos em inglês. Depois passamos um ano no Brasil, onde conseguimos mudar nossa língua para português. Depois viemos para a França, onde estamos há cinco anos, e até hoje não conseguimos fazer a transição para o francês! Isso é uma grande frustração pra mim. E como você disse, eu já acostumei com os erros de gramática dele (e às vezes até repito) e a língua dele se "fossilizou". Muito obrigada por todas essas informações! Eu não fazia ideia!

Ana Passos comentou em 13 de setembro de 2011:
"O idioma usado se torna uma definição do relacionamento. Mudar o idioma é como uma negação do passado. Quanto mais profundo o relacionamento, mais difícil é mudar, e muitos casais acham essa mudança impossível. Em teoria não existe nada que impeça essa mudança, mas na prática, segundo os autores, isso simplesmente não acontece.” Concordo plenamente. Meu noivo, que é polonês, se esforça demais pra aprender português, afinal, por enquanto, moramos no Brasil. Ele pede para que eu fale português com ele para que ele aprenda mais rápido, mas logo voltamos para o inglês, pois a situação de comunicação fica artificial. A sensação que tenho é que parece que não somos mais o mesmo casal quando usamos outra língua que não seja o inglês. Línguas e a relação que mantemos com elas são, realmente, fascinantes! Parabéns pelo blog, mais uma vez!

Alexandra  comentou em 19 de março de 2011:
Preciso de ajuda. Sou portuguesa e o meu marido é servio. Nós viemos viver na Dinamarca há pouco mais de um ano, local onde nasceu o nosso filho. Entre eu e o meu marido falamos inglês, não sabemos falar ainda dinamarquês, a língua nativa para o nosso filho. Eu falo com o nosso bebê em português e o meu marido fala com ele em sérvio, os médicos, enfermeiros e amizades dinamarquesas falam com ele em dinamarquês. No entanto eu sei que ele ouve eu e o pai dele a falar outra lingual (inglês). Isto será mais tarde confuso para ele? O que fazer nesta situação?

Claudia Storvik comentou em 19 de março de 2011:
Olá Alexandra. Sugiro que você leia o post 'Sistemas linguísticos domésticos que promovem o bilinguismo'. Você vai notar que nesse post digo que a língua usada entre o pai e a mãe não tem influência no desenvolvimento linguístico da criança, a menos que seja também usada na comunicação direta com ela. Vocês devem continuar fazendo o que é natural para sua família, ou seja, cada um usar sua língua materna com a criança, e inglês entre si. Se vocês forem consistentes seu filho não vai ficar confuso, não se preocupe.

Alexandra  comentou em 19 de março de 2011:
Olá Claudia, agradeco a sua ajuda; acabei de ler o post que me indicou. Pelos vistos estamos a fazer bem até agora e continuaremos a manter o método. Mais uma vez obrigada e continue com o excelente trabalho. 



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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Brincar-es

Você cohece o Brincar-es? Neste post, Anlene Gomes de Souza, coordenadora geral do projeto, conta um pouco sobre esta excelente iniciativa, que merece todo o nosso apoio.




"Brincar-es é um projeto infantil idealizado no final de 2007. Não tem fins lucrativos e realiza-se por meio de ajudas e voluntários que doam tempo e habilidades para que seja possível viabilizá-lo. Surgiu da necessidade de propor atividades infantis para as crianças que se reuniam nos Orkontros organizados por uma comunidade do Orkut, formada apenas por mulheres brasileiras que moram em Madri. Participei desta comunidade ativamente entre 2007 e 2009, ajudando a organizar muitos encontros de mulheres brasileiras. Parte da equipe organizadora costumava preparar um cantinho para as crianças, com jogos, desenhos e brinquedos, para que elas pudessem se distrair enquanto as mães participavam do encontro.  

Como tudo começou
No início de 2008, pensei em criar um projeto voltado para os filhos de brasileiros. Impressionou-me a dificuldade das mães para lidar com o português e o espanhol com seus filhos. Também me chamou a atenção a mistura dos idiomas, dificultando uma separação entre as duas línguas. O espanhol e português são muito próximos, como todos sabemos, é uma tendência natural falar e pensar usando expressões dos dois idiomas. O famoso “portunhol” é muito comum. Grande parte dos brasileiros que vivem na Espanha não chega a estudar espanhol, por falta de oportunidade ou por acreditar que é uma língua “fácil”. Os vazios deixados por esta falta de aprendizagem são importantes. É um tema linguístico que merece um estudo pormenorizado. Pessoalmente, acredito que a proximidade dos idiomas também dificulta a valorização de uma educação bilíngue, que valorize as diferenças.

Apresentei a ideia inicial do projeto a um grupo de amigas – Valéria Prado, Neide Viana e Suely Andreatta –, que também participava da organização dos orkontros. O objetivo era realizar quatro encontros infantis anuais, um a cada estação, com temas relacionados a aspectos da cultura brasileira: música, literatura, teatro e festas. Este grupo inicial realizou dois encontros do projeto, que na época chamava-se “Brincar es jugar”. Após um período de inatividade, ao final de 2008 as atividades do Projeto foram retomadas e novas mulheres se juntaram ao grupo inicial para produzir o terceiro encontro. Nesta ocasião houve uma mudança também de nome e este passou a chamar-se Brincar-es.

Brincar-es na atualidade
O Brincar-es é desenvolvido pela AVA – Asociación Sociocultural de Mujeres Hispano Brasileñas Verdeamareliña, entidade que presido junto a Ana Paula Santos. Foi criada para organizar os encontros do Brincar-es e também outras atividades para a comunidade de pais e crianças brasileiras de Madri. A equipe mudou e da formação inicial somente Suely e eu continuamos ativas. Outras pessoas entraram e saíram desde 2008, mas sempre contamos com ajudas voluntárias.

A programação de todos os eventos é sempre em português para fortalecer os laços com a cultura brasileira. Além disso, também há atividades de integração para os pais. Promovemos encontros regulares em que as crianças interagem, fortalecem os laços de amizade e o interesse por nossa cultura por meio de brincadeiras e atividades culturais. Também celebram-se algumas datas comemorativas do Brasil, como Carnaval, Festa Junina, Dia das Crianças, entre outras. É muito gratificante acompanhar as crianças, algumas frequentam nossos encontros desde 2008.

Conquistas e futuro
Em quase três anos de existência aprendemos muito e lançamos muitas sementes, mas esperamos crescer nos próximos anos e consolidar alguns de nossos objetivos.

O projeto conta com o apoio da Casa do Brasil que nos cede o espaço para a realização de alguns encontros com aval da Embaixada do Brasil. Também usamos os espaços de uma rede de centros culturais municipais voltados para imigrantes. Tivemos alguns patrocínios nos últimos encontros de pequenas empresas de brasileiros que atuam em Madri.

As maiores dificuldades encontradas são a falta de espaço, apoio e recursos. Tudo é feito dentro de nossas disponibilidades de tempo e de modo voluntário. Há uma certa resistência por parte de alguns promotores culturais, oficiais ou não, em aceitar que um projeto divulgue a cultura brasileira em português, e não em espanhol como é normal por aqui. Acreditamos que há espaço para todos e que existe um número expressivo de famílias que também deseja preservar e valorizar a língua portuguesa. Além disso, há pais que não acreditam que o bilinguismo e o contato com a cultura brasileira sejam prioridades na educação de seus filhos.

Os planos para o futuro são muitos, entre os principais continuar a crescer, obter mais apoios e patrocínios. Em 2012 queremos dar início às aulas de português para dois grupos de brasileirinhos da faixa etária de 4 a 10 anos.

Estamos em plena ação nestes meses de outubro e novembro. Faremos o 1º Seminário Brincar-es sobre bilinguismo e legislação para estrangeiros e o 1º Concurso de Desenhos Brincar-es para toda a Espanha, inspirado em iniciativa similar do MRE. Dia 26 de novembro ocorrerá o Brincar-es 8 com contação de história e brincadeiras. Toda a informação está em nossa página do Facebook: www.facebook.com/Brincar.es.

Equipe Brincar-es
Coordenação Geral
Anlene Gomes de Souza
Coordenadoras de áreas
Ana Paula Santos, Caroline Timm, Maria Carolina Fernandez e Suely Andreatta
Assessoria linguística
Bethania Guerra

Contato
brincares@gmail.com
Facebook: www.facebook.com/Brincar.es
Twitter: @brincares"








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terça-feira, 11 de outubro de 2011

A educação está acabando com a criatividade?

 
Sir Ken Robinson é um especialista em desenvolvimento da criatividade, educação e inovação reconhecido internacionalmente. Ele também é um importante palestrista. Sua fama se espalhou para fora do meio acadêmico depois de duas palestras dadas para a Conferência TED de 2006 e 2010. Os vídeos dessas apresentações já foram vistos por mais de 200 milhões de pessoas em 150 países.

Durante 12 anos Sir Ken Robinson foi professor de educação na Universidade de Warwick, aqui no Reino Unido, e hoje é professor emérito. Recebeu títulos honoris causa da Rhode Island School of Design, do Ringling College of Arts and Design, da Open University, da Birmingham City University e do Liverpool Institute for Performing Arts. Além de inúmeros prêmios e homenagens, em 2003 ele recebeu o título de cavaleiro da Rainha Elizabeth II por seus serviços para as artes.

Em suas palestrar Sir Ken Robinson fala sobre os desafios criativos que enfrentam os negócios e a educação na nova economia global. No seu famoso vídeo de 2006 ele defende de maneira muito divertida e profunda a criação de um sistema educacional que estimule (em vez de enfraquecer) a criatividade. O vídeo segue abaixo (versão com legenda em português aqui). Especialmente recomendado para pais de crianças com alguma dificuldade de aprendizagem ou transtornos como TDAH, mas excelente para fazer todos nós pensarmos sobre o que a educação formal está fazendo com a criatividade de nossos filhos.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Documentação de filhos de brasileiros residentes no exterior

Depois que escrevi aqui no blog sobre autorização de viagem para crianças brasileiras, recebi muitas perguntas de leitores relacionadas a documentação de filhos de brasileiros no exterior. Recentemente também li comentários em um grupo de discussão que demonstram uma certa falta de conhecimento da lei e muita confusão por parte dos pais.

Pesquisando um pouco fiquei surpresa ao descobrir informações erradas ou desatualizadas em vários sites supostamente confiáveis, inclusive de embaixadas e consulados e até mesmo de um ministério. Resolvi então compilar uma pequena lista de perguntas frequentes sobre aspectos relacionados a documentação de menores brasileiros nascidos e/ou residentes no exterior, que segue abaixo, juntamente com as respectivas respostas.


Meu filho nascido no exterior é brasileiro?
Segundo o Artigo 12, inciso I da Constituição Federal, são brasileiros natos os seguintes indivíduos:
— Nascidos no Brasil, com exceção de filhos de pais estrangeiros no Brasil a serviço de seu país de origem.
— Nascidos no estrangeiro, de mãe ou pai brasileiro a serviço do Brasil (como por exemplo um diplomata).
— Nascidos no estrangeiro, de mãe ou pai brasileiro, desde que:
    • sejam registrados em repartição brasileira competente (consulado ou embaixada brasileira), ou
o    venham a residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, após atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
Portanto, crianças nascidas no exterior de mãe ou pai brasileiro são brasileiras se forem registradas em repartição consular. As não registradas podem tornar-se brasileiras se passarem a residir no Brasil e optarem, perante Juiz Federal, em qualquer tempo depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

É assim desde a promulgação da atual constituição em 1988?
Não. No período entre 1994 e 2007 a constituição não conferia ao registro a prerrogativa de atribuir a nacionalidade brasileira. A redação original da constituição de 1988 previa que o registro em repartição consular conferia a nacionalidade ao brasileiro nascido no exterior, mas a regra foi alterada por uma emenda constitucional em 1994, que determinava que a aquisição da nacionalidade dependia do filho de brasileiro nascido no exterior vir a residir no Brasil e optar formalmente pela nacionalidade brasileira. Uma nova redação dada à constituição em 2007 resolveu a questão ao reabilitar o registro como meio de atribuição da nacionalidade brasileira. A emenda constitucional que introduziu essa nova redação foi em grande parte resultado de uma campanha promovida por brasileiros residentes no exterior, conhecida como ‘Brasileirinhos Apátridas’.

O que foi o movimento ‘Brasileirinhos Apátridas’?
A emenda constitucional de 1994 criou um sério problema com relação a filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro em países que adotam o critério de ascendência (nacionalidade dos pais) para atribuir nacionalidade. Filhos de brasileiros nascidos nesses países que não viessem a residir no Brasil e fazer a opção pela nacionalidade brasileira se tornariam apátridas, ou seja, pessoas sem pátria. Esse era por exemplo o caso dos filhos de brasileiros nascidos no Japão, na Suíça e na Alemanha, entre outros. O movimento Brasileirinhos Apátridas lutava pela mudança da constituição para reabilitar o registro como meio de atribuição da nacionalidade brasileira Mais informação sobre o movimento pode ser obtida aqui e aqui

Até que idade meu filho pode ser registrado num consulado?
O registro consular pode ser efetuado em qualquer tempo, independentemente da idade do registrando, nos termos dos artigos 32 e 46 da Lei nº 6.015/1973, com a redação dada pela lei nº 11.790/2008.

O registro consular de nascimento do meu filho tem validade no Brasil?
A fim de produzir efeitos no Brasil, a certidão consular de nascimento deverá ser posteriormente transcrita no Cartório do 1º Ofício do Registro Civil do local de domicílio do registrado no Brasil, ou no Cartório do 1º Ofício do Registro Civil do Distrito Federal, na falta de domicílio.

Brasileiros podem ter dupla nacionalidade?
Não há qualquer restrição quanto à múltipla nacionalidade de brasileiros que possuam nacionalidade estrangeira em virtude de nascimento (a pessoa nasce no território de outro país, que por este motivo lhe concede o direito à nacionalidade) ou de ascendência (os pais possuem a nacionalidade de outro país e a transmitem aos filhos). No entanto, existe restrição à múltipla nacionalidade de cidadão brasileiro que adquire nacionalidade estrangeira, ao longo da vida, por casamento ou imigração, com exceção dos casos onde houver imposição de naturalização pelo país estrangeiro como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. Segundo a Portaria No. 172 do Ministro da Justiça, de 4 de agosto de 1995, é preservada a nacionalidade brasileira daquele que, “por motivos de trabalho, acesso aos serviços públicos, fixação de residência, etc., praticamente se vê obrigado a adquirir a nacionalidade estrangeira, mas que, na realidade, jamais teve a intenção ou vontade de abdicar da cidadania originária”.

Meu filho tem dupla nacionalidade. Ele tem direito a passaporte brasileiro? 
O brasileiro que é também nacional de outro país por nascimento, ou por outra forma de aquisição de nacionalidade, tem direito a passaporte brasileiro, da mesmas forma que todos os outros brasileiros. Se seu filho nasceu no exterior e foi registrado em embaixada ou consulado, ele tem direito a passaporte brasileiro, mesmo que seja titular de passaporte de outro país.

Meu filho tem dupla nacionalidade. Ele pode entrar e sair do Brasil com seu passaporte estrangeiro?
Todo brasileiro, tenha ou não dupla nacionalidade, deverá – obrigatoriamente - entrar e sair do Brasil com documento de viagem brasileiro. Se seu filho nasceu no exterior e foi registrado em embaixada ou consulado brasileiro, ele tem nacionalidade brasileira e deverá, obrigatoriamente, entrar e sair do Brasil com o passaporte brasileiro.

Meu filho vai viajar conosco para o Brasil com um passaporte brasileiro. Eu preciso levar também uma certidão de nascimento para provar que eu e meu marido somos seus pais?
O novo passaporte brasileiro (azul) não registra a filiação do titular, como fazia o modelo de passaporte antigo (verde). Portanto, os menores de idade, mesmo viajando acompanhados dos pais, além do passaporte válido podem precisar apresentar o RG ou certidão de nascimento para comprovar a filiação. No entanto, os passaportes de menores brasileiros emitidos no exterior incluem a filiação da criança na página 4, e portanto podem servir como comprovante de filiação. Leia aqui um interessante comentário do chefe da divisão de passaportes da Polícia Federal sobre o assunto, em resposta a um artigo publicado no Estadão.com.br.

Como proceder se o menor vai sair do Brasil desacompanhado de um dos pais?
Conforme os Artigos 83 e 84 do Estatuto da Criança e do Adolescente, para deixar o Brasil desacompanhado dos pais, o menor de 18 anos de nacionalidade brasileira deverá estar devidamente autorizado pelos pais ou responsáveis legais. Se o menor viajar na companhia de apenas um dos pais, somente poderá sair do Brasil quando devidamente autorizado pelo outro genitor. Em ambos os casos, tal autorização deverá ser dada por intermédio de documento com firma reconhecida: a Autorização de Viagem de Menor. No caso de residentes no exterior a autorização deve ser emitida de acordo com os procedimento determinados pelo consulado do local de residência.

Meu filho é brasileiro mas é residente no exterior. Ele precisa da Autorização de Viagem de Menor?

Quando o menor residir fora do Brasil e estiver retornando para o seu país de residência, em companhia de um dos pais, é dispensada a apresentação de autorização de viagem escrita do outro genitor, mediante a apresentação de Atestado de Residência emitido há menos de dois anos em nome do menor pelo consulado ou embaixada do local de residência. Ao contrário da Autorização de Viagem, que é gratuita, este atestado tem um custo e não vale para viagens dentro do Brasil - somente para a saída do Brasil. Leia mais sobre o Atestado de Residência no post ‘Autorização de viagem para crianças brasileiras residentes no exterior – segundo capítulo’ Para os pais que preferirem a Autorização de Viagem de Menor, esta pode ser emitida e apresentada mesmo quando o menor residir fora do Brasil, e nesse caso não haverá necessidade de Atestado de Residência. Em resumo, quando o menor residir fora do Brasil e estiver retornando para o seu país de residência, em companhia de um dos pais, existe a opção de apresentar o Atestado de Residência ou a Autorização de Viagem.


A autorização para viajar desacompanhado de um dos pais pode ser incluída no passaporte do menor?
Sim, a autorização pode constar num novo passaporte do menor.  Esta modalidade de autorização de viagem somente pode ser dada no momento da solicitação do novo passaporte.  A inclusão da autorização de viagem no novo passaporte do menor é feita gratuitamente pelo consulado.


Copyright © Claudia Storvik, 2011. All rights reserved. 




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