quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Reino Unido: menos exames de GCSE em línguas estrangeiras tradicionais - e mais em português




O ‘General Certificate of Secondary Education’ (GCSE) é uma qualificação acadêmica obtida ao final do ensino médio inglês, quando as crianças têm 16 anos. Os alunos fazem exames em várias disciplinas: inglês, matemática e ciências (‘Core Science’, ‘Double Science’ ou ‘Triple Science’) são obrigatórias e outras sãopcionais. A maioria das escolas exige que os alunos façam exames em pelo menos cinco disciplinas; não há um limite máximo, e a média nacional é de 7.5 disciplinas por aluno.  

Entre as disciplinas opcionais encontram-se várias línguas estrangeiras, das quais francês, alemão e espanhol são as tradicionalmente ensinadas nas escolas britânicas. As estatísticas dos exames de GCSE de 2015 mostram uma queda no número de exames de línguas estrangeiras em geral. O número de exames de francês caiu 6,2% em comparação com 2014, com uma queda de 9,8% nos de alemão. E embora o número de estudantes que optaram por estudar espanhol no GCSE tenha mais do que dobrado nas últimas duas décadas, o número de exames de espanhol também diminuiu em 2015, com uma queda de 2,4%. No entanto, este ano houve um aumento de quase 9% no número de exames de português.

Após a divulgação dos resultados dos exames na semana passada, o British Council publicou uma nota, que inclui o seguinte comentário: 

"É decepcionante ver o declínio global do número de GCSEs de línguas estrangeiras este ano, com queda de 6,2% e 9,8% nos exames de idiomas tradicionais como francês e alemão, respectivamente. Embora seja bom ver que o número de exames de espanhol tenha mais do que dobrado nas últimas duas décadas, o aumento geral em espanhol que vimos nos últimos anos agora parece ter parado, com uma queda de 2,4% este ano. Isso é particularmente preocupante dado que o espanhol foi reconhecido como a língua da qual o Reino Unido mais precisa.

"Mas um ponto positivo hoje é que tivemos um aumento no número de exames de mandarim chinês (18%), português (8,9%) e árabe (3,8%) - três línguas vitais para o futuro do Reino Unido -, mas infelizmente isso não é suficiente para compensar a desaceleração na aprendizagem de línguas em geral.

"A realidade é que, à medida que esse declínio continua, o Reino Unido corre o risco de ficar para trás no cenário mundial. Os empregadores estão clamando por mais competências linguísticas, todos nós precisamos entender que a aprendizagem de uma língua não é apenas uma forma gratificante de se conectar com outra cultura, mas vai aumentar as perspectivas de emprego também. É vital que nós incentivemos muito mais os nossos jovens a desenvolver as suas competências linguísticas, a fim de que possam se conectar efetivamente, viver e trabalhar com pessoas de todo o mundo e transmitir essas habilidades valiosas, tornando-se os professores de línguas do futuro."

Acredita-se que o aumento do número de exames de português está ligado ao aumento do número de filhos de brasileiros e portugueses vivendo no Reino Unido que decidem estudar sua língua de herança como uma de suas disciplinas eletivas no GCSE. Este ano dois brasileirinhos ex-alunos da Escola Brasileira de Bromley fizeram parte desse grupo e, para orgulho de seus pais e de todos nós que trabalhamos como voluntários na EBB, ambos obtiveram A*, a nota máxima do exame. Os dois nasceram e cresceram na Inglaterra com o inglês como primeira língua, e têm pai europeu e apenas mãe brasileira. Parabéns! 



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